A
chamada Era Vargas foi o período compreendido entre os anos de 1930
e 1945, quando o Brasil foi governado por Getúlio Vargas. Habilidoso
articulador político e também ditador, Vargas enfrentou movimentos
de resistência durante os quinze anos que ficou a frente da
Presidência da República. Um desses movimentos foi o levante antifascista ocorrido em 1935.
Articulada
por militares ligados ao Partido Comunista Brasileiro, o levante
tentou a tomada do poder a partir dos quarteis em Natal,
Recife e Rio de Janeiro durante novembro de 1935. O movimento contudo não
decolou, sendo descoberto e sufocado pela repressão getulista,
inclusive resultando em morte de vários revoltosos e, mais tarde,
prisão do líder comunista Luís Carlos Prestes e de sua esposa Olga
Benário, além de outras lideranças.
Contemplando
a Lei 13006/2014, os estudantes assistiram ao filme Olga, de Jayme
Monjardim. Baseado na biografia escrita pelo jornalista Fernando
Morais, o longametragem conta a trajetória da militante comunista
desde sua infância, passando pela juventude, luta contra o nazismo,
exílio e formação revolucionária na União Soviética, vinda ao
Brasil, prisão e deportação para a Alemanha de Hitler.
O
episódio é tido por muitos como um dos maiores crimes de Getúlio
Vargas pois, além de ser comunista e judia, Olga estava grávida.
Devido
a forte repercussão internacional gerada a partir das denúncias de
Leocádia, mãe de Prestes, Olga foi “autorizada” a ter a bebê
na prisão e ficar com ela enquanto estivesse amamentando. Após
isso, a bebê que recebeu o nome de Anita foi entregue a avó e a tia
Ligia. Depois de permanecer trabalhando em campos de concentração
na Alemanha, Olga foi morta em uma câmara de gás.
Os
estudantes ficaram bastante impressionados com a história de Olga e
animados ao saber que Anita Leocádia Prestes, a bebê do filme vive
no Brasil até hoje, sendo professora da Universidade Federal
Fluminense, historiadora e escritora.
Dos
campos de concentração Olga trocou algumas cartas com Prestes,
ainda preso no Brasil e também com a sogra e a cunhada, a época
exiladas políticas que faziam campanha internacional denunciando a
violência sofrida por Olga e seu marido.
Em
diálogos sobre o filme na sala de aula, lembrei a experiência da
professora Erin Gruwell retratada no filme “Escritores da
Liberdade”, de Richard La Gravenese, onde os estudantes são
instigados a escreverem cartas para Miep Gies, austríaca que salvou
vários judeus do holocausto e ainda guardou o Diário de Anne
Frank, que mais tarde seria entregue a Otto Frank, pai de Anne e
sobrevivente do holocausto que o publicou. Assim, surgiu a ideia de
os estudantes do Cepan escreverem também cartas para Anita Leocádia
Prestes. Nessas cartas, eles se apresentaram e falaram das impressões
em relação aos acontecimentos com os familiares da destinatária.
Após
meu contato via e-mail com Anita, ela passou seu endereço e ficou
interessada em conhecer as cartas escritas pelos estudantes.
Na
sexta-feira, 04 de outubro, um grupo de estudantes foi até a agência
dos Correios de General Carneiro para realizar a postagem do material
que foi recebido por Anita no dia 11. Por e-mail, ela agradeceu o
material e disse que responderá aos estudantes na medida do
possível.
(Revisão textual de Paula Viviane Cordeiro e Iara Jasko)
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